sábado, 27 de março de 2010

ANIVERSÁRIO DO TIO ALCEU

Dia 23 de março o tio Alceu completou 80 anos.
Palmeirense fanático, tio Alceu, comemorou seu aniversário ao lado da tia Arlete, da Zizi, da Simone com marido e filho e Fabricio, Silvana e filhos. Eu  lá estive até as 20 horas.
Tio Alceu ganhou muitos presentes e, muito feliz, tomou sua cervejinha na nova taça com emblema do Palmeiras.
Parabéns, tio Alceu, que Deus lhe proteja e conserve por muitos anos junto de nós.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Recado da Rê

Olá, estou de volta!
Passei muito tempo cuidando do blog da AEI-LIJ, mas, nem por isso esqueci o meu pessoal querido aí da terrinha.
Fiquei muito feliz com ilustres visitas que recebi no sábado passado, dia 20 de março.
Apareceram aqui em casa: Hércules e esposa e a querida Thelma, a dona deste blog.
Hércules e esposa foram para um flat.Thelma, Raquel, Marchi e eu, saímos para dar"um rolê" pelas ruas de Sampa. No domingo à tarde estivemos no shopping Sta Cruz onde
saboreamos um delicioso mate com frutas no Rei do Mate. À noite, o Daniel nos convidou para jantar na Viccina, uma agradável pizzaria, cuja dona, a Ana, mora no nosso condomínio, e é amiga da família. Quero acrescentar que : quem agradou mesmo foi o meu labrador, o Lion. Ele e a Thelma ficaram "amigos pra sempre"
Espero que outros familiares se animem e resolvam aparecer mais vezes.
Um beijo,

terça-feira, 23 de março de 2010

MEMÓRIAS DE UMA DIRETORA DE ESCOLA

Nº 04 (CONTINUAÇÃO)

No dia seguinte começamos a investigação.
Primeiro conversamos com as serventes e a inspetora de alunos. As serventes disseram que o banheiro foi limpo antes do inicio das aulas e que durante a primeira aula, uma das serventes esteve dentro do banheiro e não havia nada. A inspetora de alunos não havia visto nada de diferente.
Baseada nas palavras das serventes, eu e Teresa chegamos a conclusão de que a colocação do artefato havia acontecido entre a primeira e a segunda aula. Passamos então a questionar os professores sobre quais alunos haviam entrado tarde na segunda aula. Pedimos que cada professor fizesse uma lista.
Quando o policial da Ronda Escolar chegou entregamos a lista a ele e solicitamos que conversasse com cada aluno e tentasse descobrir o autor.
Durante uma semana o policial conversou com os alunos até descobrir.
Por exclusão, o policial chegou primeiro a classe, 1ª série A do Ensino Médio, composta de jovens entre 14 e 16 anos. Ao conversar com os alunos da classe, o policial afirmou que já sabia quem era, mas queria saber o motivo.
Um dos alunos acabou contando que, Celso havia desafiado os alunos da classe, que pararia a escola por um dia.
Celso, aluno evadido várias vezes da 1ª série do Ensino Médio, já com 22 anos, solicitou, no inicio do ano matricula para o período da manhã, com a desculpa que trabalhava à noite, e que precisava estudar para continuar no trabalho. Mesmo sabendo que era um aluno problema, a escola resolveu que deveria dar mais uma chance a ele. Foi colocado na 1ª série A, para que ficasse mais quieto. Porém, o que aconteceu foi que ele, por ser mais velho, resolveu dominar a classe.
A aposta foi feita num dia e no dia seguinte Celso trouxe o artefato. Quando terminou a 1ª aula, Celso saiu da sala, foi até o banheiro e percebendo que a inspetora de alunos estava distraída, entrou no banheiro feminino e colocou o artefato.
Durante a semana de investigação, Celso se exibia para os alunos, dizendo que jamais descobririam e tinha certeza que ficaria impune.
Quando o policial o chamou, Celso pensou que poderia escapar com facilidade. Porém, o policial foi apertando o interrogatório e Celso não teve saída a não ser confessar.
Foi levado para a Delegacia de Policia, onde teve inicio o inquérito e posteriormente o processo.
Quase um ano depois fui chamada para depor no fórum local. Lá chegando fui encaminhada à sala de audiência onde fui colocada de frente para o Juiz de Direito e para o escrivão.
O juiz me questionou sobre o acontecimento pedindo que descrevesse o artefato. A pergunta que mais me impressionou foi feita pelo advogado do aluno, que perguntou por que eu não havia pego a bomba com a mão e resolvido o problema. Respondi que se nem os policiais, que entendem do assunto, pegaram aquilo com as mãos, porque eu iria pegar, com o risco de perder as mãos, ou até a vida. exatamente, a policia.
Fui interrogada por mais alguns instantes e depois dispensada.
O resultado do processo eu jamais soube. Porém o que correu pela cidade é que o aluno foi condenado a pagar a viagem dos policiais de São Paulo até Agudos, cujo valor variava entre R$ 15.000,00 e R$ 17.000,00.
Quanto à escola, o aluno Celso nunca mais apareceu, e nenhum outro aluno teve a luminosa idéia de colocar mais bombas.

sexta-feira, 12 de março de 2010


MEMORIAS DE UMA
DIRETORA DE ESCOLA

Nº 04



Mais um dia de aula havia se iniciado. Já estava no meio da segunda aula, por volta das 8:30 horas, quando uma servente entrou na sala dos professores onde eu me encontrava e me falou baixinho:
- Dona Thelma, tem uma bomba no banheiro das meninas. Está atrás do vaso sanitário.
Achei que ela estivesse brincando, ou eu não havia escutado bem.
- Uma bomba? – perguntei espantada.
- É – respondeu a servente.
Neste instante chegou a inspetora de alunos gritando que havia uma bomba. Pedimos, eu e a servente, que ela falasse baixo pois, os alunos poderiam escutar.
Fui com a servente até o banheiro e, atrás do vaso sanitário, avistei dois canos de PVC atados por uma fita adesiva parda, dos quais saiam alguns fiozinhos coloridos que terminavam colados num relógio de pulso com uma pulseira branca cortada e presa pela mesma fita adesiva.
Pensei em pegar e jogar fora, porém, se aquilo fosse uma bomba de verdade, eu poderia ficar machucada ou algo pior. Pedi às serventes que fechassem o banheiro e voltei para minha sala.
Comuniquei o fato à coordenadora Teresa e resolvemos ligar para a policia de Agudos.
Os policiais e o Sargento de Agudos verificaram o artefato sem tocá-lo e decidiram ligar para a policia de Lençois Paulista, a qual o batalhão de Agudos é subordinado. Quando os policiais de Lençois Paulista chegaram, decidiram ligar para a policia de Bauru, pois lá existiam policiais que sabiam desativar bombas.
O horário do intervalo chegou e os alunos saíram para o recreio. Utilizando os funcionários da escola, conseguimos que todos ficassem longe do local da bomba. O Capitão de Lençois Paulista achou que os alunos não poderiam continuar na escola e pediu que eu os dispensassem.
O tempo ia passando e chegou a policia de Bauru, trazendo um Coronel. Também eles perceberam que não tinham condições de desativar a tal bomba.
O Coronel me chamou e disse que a partir daquele momento quem dava todas as ordens na escola seria ele. Se instalou na minha sala e ligou para São Paulo. Mais tarde ele me comunicou que havia chamado o Esquadrão Anti Bombas de São Paulo, que estava vindo para Agudos de helicóptero.
O horário do almoço passou e a mãe da Teresa, com pena de nós, enviou coca-cola e sanduiches.
Os professores do período da tarde nos ajudaram a explicar para os alunos desse período o que estava acontecendo e manda-los de volta para casa.
Quanto mais o tempo passava, mais gente se aglomerava na rua da escola, esperando o desfecho. Os jornalistas também chegavam, pedindo entrevistas e noticias. Fugi de todos eles pois, quem mandava na escola era o Coronel.
Por volta das 15:40 horas o helicóptero desceu no campo do Ex- Tiro de Guerra e vários carros da policia foram até lá buscar os policiais de São Paulo.
Quando eles chegaram, o Coronel me chamou e pediu que todos da escola fossem para a rua.
Não sei de onde surgiu um caminhão do Corpo de Bombeiros, que ficou estacionado na Rua Major Gasparino de Quadros, bem na direção dos banheiros, com um bombeiro em cima do caminhão, já com uma mangueira de água na mão, aguardando a explosão.
Os policiais de São Paulo vestiram as vestimentas especiais e entraram no banheiro. De repente escutamos uma explosão abafada e um minuto depois, o tenente de São Paulo veio até o portão com um saco plástico com os pedaços dos canos dentro. Parou no portão e disse:
- Era apenas um artefato. Tudo não passou de uma brincadeira.
Atrás dele veio o Coronel com os outros policiais, me chamou e afirmou que a partir daquela hora, a escola voltava ao meu comando. Dizendo isso, se retirou. Todos os policiais o acompanharam e a escola ficou vazia.
Eram 16 horas e recebi a noticia, por um policial de Agudos, que eu tinha que ir até a Delegacia de Policia para fazer um Boletim de Ocorrência.
Após dar algumas ordens aos funcionários, me dirigi à Delegacia de Policia, fugindo da TV Globo, cujo reporter havia chegado quando o policial de São Paulo estava mostrando os pedaços do artefato, e agora queria entrevista.
Lá fiquei até as 16:40 horas. Até que foi rápido, pois parecia que todos estavam a minha espera.
Quando cheguei  em casa é que percebi o quanto estava cansada.

( continua )